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[Reino Unido] Stuart Christie 1946-2020. Morre Ativista anarquista.

John Patten

Stuart Christie, fundador“ da Cruz Negra Anarquista e Cienfuegos Press e coautor de The floodgates of anarchy morreu pacificamente após uma batalha contra o câncer de pulmão.

Nascido em Glasgow e criado em Blantyre, Christie creditou à sua avó a formação de sua perspectiva política, dando-lhe um claro mapa moral e um código de ética. Sua determinação em seguir sua consciência o levou ao anarquismo: “Sem liberdade não haveria igualdade, e sem igualdade não haveria liberdade, e sem luta não haveria nenhuma”. Também o levou da campanha contra as armas nucleares a juntar-se à luta contra o ditador fascista espanhol Francisco Franco (1892-1975).

Ele se mudou para Londres e entrou em contato com a organização anarquista clandestina espanhola Defensa Interior. Ele foi preso em Madrid em 1964 carregando explosivos para serem usados em uma tentativa de assassinato de Franco. Para encobrir o fato de que havia um informante dentro do grupo, a polícia alegou que tinha agentes operando na Grã-Bretanha e (falsamente) que Christie tinha chamado a atenção para si usando uma saia escocesa.

A ameaça do garrote e sua sentença de vinte anos chamou a atenção internacional para a resistência ao franquismo. Na prisão, Christie formou amizades duradouras com militantes anarquistas de sua geração e de sua geração anterior. Ele voltou da Espanha em 1967, mais velho e mais sábio, mas igualmente determinado a continuar a luta e usar sua notoriedade para ajudar os camaradas que ele deixou para trás.

Em Londres, ele conheceu Brenda Earl, que se tornaria sua companheira política e emocional. Ele também conheceu Albert Meltzer, e os dois fundariam novamente a Cruz Negra Anarquista para promover a solidariedade com os prisioneiros anarquistas na Espanha e a resistência em geral. Seu livro, As comportas da anarquia, promoveu um anarquismo revolucionário em desacordo com as atitudes de alguns que haviam entrado no anarquismo desde o movimento pela paz dos anos 60. Na conferência anarquista de Carrara, em 1968, Christie fez contato com uma nova geração de anarquistas militantes que compartilharam suas ideias e sua abordagem de ação.

O compromisso político e as conexões internacionais de Christie fizeram dele um alvo da Brigada Especial Britânica. Ele foi absolvido da conspiração para causar explosões no julgamento “Stoke Newington Eight” de 1972, alegando que o júri poderia entender porque alguém quereria explodir Franco e porque isso faria dele um alvo para os “policiais conservadores”.

Livre, mas aparentemente desempregado, Christie lançou a Cienfuegos Press que produziria uma riqueza de livros anarquistas e a enciclopédia Cienfuegos Press Anarchist Review. Resumidamente, Orkney tornou-se um centro de publicação anarquista antes que a falta de fluxo de caixa pusesse um fim ao projeto. Christie continuaria a publicar e pesquisar novas formas de fazê-lo, incluindo e-books e a Internet. Seu site christiebooks.com contém numerosos filmes sobre anarquismo e biografias de anarquistas. Ele usou o Facebook para criar um arquivo da história anarquista que não estava disponível em nenhum outro lugar, enquanto recontava memórias e eventos de sua própria vida e da vida de outros.

Christie escreveu The investigative researcher’s handbook (1983), compartilhando as habilidades que ele colocou em uso em uma denúncia do terrorista fascista italiano Stefano delle Chiaie (1984). Em 1996 ele publicou a primeira versão de seu estudo histórico We the anarchists : a study of the Iberian Anarchist Federation (FAI), 1927-1937.

Pequenas tiragens permitiram-lhe produzir três volumes ilustrados de sua história de vida (My granny made me an anarchist, General Franco made me a ‘terrorist’ e Edward Heath made me angry 2002-2004) que foram condensados em um único volume enquanto Granny made me an anarchist : General Franco, the angry brigade and me (2004). Seus últimos livros foram os três volumes de Pistoleros! The Chronicles of Farquhar McHarg, seus relatos de um anarquista de Glasgow que se juntou aos grupos de defesa anarquistas espanhóis nos anos 1918-1924.

Comprometido com o anarquismo e a publicação, Christie apareceu em muitas feiras de livros e festivais de cinema, mas desprezou qualquer sugestão de que ele tivesse vindo para “levar” qualquer um a qualquer lugar.

A companheira de Christie, Brenda, morreu em junho de 2019. Ele escapou tranquilamente ouvindo “Pennies From Heaven” (a canção favorita de Brenda) na companhia de sua filha Branwen.

(Blumenau –Bra- SC) Live Punk Caronas live Squat Korr-Cell

Imprensa Marginal: Campanha do 1 real

A Imprensa Marginal, editora e distro Anarcopunk, lançou a campanha do 1 real para a compra de uma nova impressora.

Como colaborar:

Picpay: @rodolpho.jordano.

Conta banco do brasil 3652-8 20272-8 cpf 13102676774.

Seu 1 real ja ajuda muito.

Mais info: https://www.instagram.com/imprensamarginal/

 

Semana internacional de solidariedade com os presos anarquistas

NOS SUMAMOS AL LLAMADO!
.
ABAJO LOS MUROS DE LAS PRISIONES!
Semana Internacional de Solidaridad con lxs Anarquistas Encarceladxs 2020 // 23-30 de agosto
“Nuestro planeta está entrando en una nueva década. Con el auge de los movimientos de derecha y el lento declive de la socialdemocracia, en los próximos años nos disponemos a una intensa lucha contra el estado y el capitalismo. Y sin embargo, muchxs anarquistas ya están encarceladxs por participar en esta lucha. Olvidadxs por lxs liberales de las ONGs de derechos humanos porque sus acciones fueron «violentas».
Muy a menudo, lxs anarquistas reciben expresiones de solidaridad de su comunidad de origen. Después de todo, ¿quién puede apoyarte mejor que la gente atrapada en la misma pobreza de explotación? Sin embargo, creemos que la responsabilidad de apoyar a las personas que se enfrentan a la represión en diferentes partes del mundo debe recaer no sólo en los hombros de la comunidad local, sino también en el movimiento anarquista internacional. A través de nuestras acciones, no sólo podemos proporcionar fondos a los lugares donde se necesitan, sino también ¡mantener el fuego en los pechos de los prisioneros, todavía ardiendo a través del amor revolucionario y la acción directa!
Te llamamos a realizar acciones en solidaridad con lxs anarquistas encarceladxs en todo el mundo. A partir del 23 de agosto de 2020 –día de las ejecución de Sacco y Vanzetti- puedes hacer absolutamente cualquier cosa, la única limitación es tu imaginación. Pon en práctica todas sus ideas. ¡Mostremos nuestra energía y fuerza colectiva en una lucha revolucionaria!”

Rifa para caixa da RAOR

No mês de julho foi realizado uma rifa para arrecadar fundos para o caixa da RAOR, e será destinado às okupas que estejam necessitando de algum apoio financeiro.

O sorteio foi realizado no dia 2 de agosto durante uma live no instagram. Abaixo listamos o nome d@s ganhador@s:

Em nome da RAOR deixamos nosso mais imenso e sincero agradecimento à tod@s que de alguma forma contribuíram com essa iniciativa e que ainda acreditam no apoio mútuo!!!

Okupa y Resiste!

(Chile) Carta de Monica A. Caballero Sepúlveda

 

(Blumenau – SC) Live Punk Caronas live Squat Korr-Cell

(Novo Hamburgo) Okupa Viuva Negra : Atividade na Biblioteca Múmia Abu Jamal

Atividade na Biblioteca Múmia Abu Jamal, 23 de junho 2020.

O mundo em chamas, um texto escrito pelo Múmia Abu Jamal, desde a nação
encarcerada, sobre os protestos contra o racismo que se iniciaram nos
Estados Unidos e ecoaram no mundo,  foi o provocador para uma troca de
ideias na Okupa Viuva Negra.

Ao calor do fogo do encontro, vários temas foram tocados na troca, desde
as mudanças repressivas que o contexto  do Covid-19 provocou, o que
significa a vida a ser defendida que não é apenas uma sobrevivência mas
aquele risco constante de viver em liberdade, até a acertada crítica ao
momento político atual oscilante entre um fascismo sem maquiagem e uma
esquerda apaziguada e democrática, ambas as quais encurralam a
existência na bipolaridade esquerda-direita, solidificando, mediante
essa estratégia a centralidade do Estado.

A alegria de viver correndo os riscos foi levantada por mais de um,
assim como o questionamento sobre o medo à morte, que pode ser um
privilégio para alguns, entanto que para outros a presença da morte é
uma permanência histórica.

No tema sobre as polarizações que afunilam para a via parlamentar, se
insistiu na importância de não perder as bases anárquicas, de amor a
liberdade, na hora de se confrontar ao momento, e ainda menos nestes
tempos em que abundam as ideias de “união” com todo tipo de “críticos”
para combater o fascismo. A memória combativa serviu para lembrar que
mesmo nos tempos da ascensão do Integralismo, os anarquistas, foram os
primeiros e mais aguerridos a estar nas ruas, mas sempre mantendo suas
diferenças e sem assinar junto daqueles que tem objetivos distantes da
libertação total.

Também se tocou o tema da não independência das instituições do estado,
que se evidenciou na articulação explicita entre as instituições
repressivas e as instituições de saúde.

E vários sorrisos apareceram ao compartilhar o que cada um sabia ou
acompanhava sobre a onda de protestos contra o racismo que deixaram o
mundo em chamas.

A atividade finalizou com uns vídeos sobre a digna resposta contra o
assassinato de George Floyd e contra o assassinato de Guilherme na
Diadema (SP).

Umx que esteve lá.

Pd. várias dezenas e até centenas, de quilômetros foram transitados por
alguns para chegar na atividade, isso nos faz sentir a vida e a
intensidade do encontro e a ação entre afins.

 

(Porto Alegre) Panfleto que voou nas ruas de Porto Alegre, num dos Atos Antifascistas

Isso aqui é uma guerra
Panfleto que voou nas ruas de Porto Alegre, num dos Atos Antifascistas
Pacificados.

Porque não somos indiferentes, porque não ficamos imóveis, mas também e
sobretudo, porque temos muito para fazer, nas ruas, no combate à
dominação e seus falsos críticos, reproduzimos um panfleto que apareceu
nas ruas de Porto Alegre.

“Isso aqui é uma guerra

O pacifismo não logra vitórias, diante de quem sofre a violência diária
das forças do Estado e capital. Uma escolha de “não sujar as mãos e não
se arriscar.

A polícia mata diariamente, em qualquer governo, e seus maiores alvos
são xs pretxs e pobres, faveladxs e inconformadxs. O governo é
responsável pelo etnocídio indígena e as empresas por propagar uma
cultura misógina e violenta.

O discurso pacifista reforça a autoridade do Estado e das instituições
capitalistas como sendo os únicos que podem praticar a violência. O
Estado e grupos fascistas não tem pudor em usar a violência e apenas se
beneficiam do conformismo e inação de seus opositores. O pacifismo
perpetua a bota dos fascistas esmagando nossas cabeças, suas armas
fuzilando nossos corpos, suas máquinas devastando nossa terra.

Que a ação direta, sem líderes, sem partidos, contra toda autoridade,
seja a resposta nas ruas diante desta guerra! Em todo o mundo o fogo da
insurreição mostra sua força transformadora iluminando o caminho pra
liberdade!

Pacifismo: arma dos acomodadxs e derrotadxs.

Aprenda a se defender!
A melhor defesa é o ataque!”

Alguns Anárquicxs.

(Roma) Carta de Nico, preso na operação “Byalistock”

Axs amigxs e amores da minha vida, axs mxs companheirxs de lutas e aventuras, axs anarquistas e todxs xs quais que têm interesse pela minha situação, escrevo essas pocas linhas por atualizá-lxs e dar notícias sobre o caso repressivo que me envolve. Minha captura ocorreu em casa dos meus pais o dia sexta feira 12 de junho de manhã, por mão dos ROS de Roma acompanhados pelos carabineiros da delegacia local.  Após duma larga perquisição, que interessou principalmente material impresso presente a van onde eu dormia e o quarto que aí utilizo, confiscaram um grande número de manifestos, cartazes, livros, revistas (eles disseram que algumas “lhes faltavam”), correspondência particular, agendas, cadernos, notas, vários manuscritos, todos os computadores e os suportes de memória externas encontrados na habitação, dois telefones,  um cartão SIM, uma câmara digital; também os sapatos que vestia, louvas, “neckwarmer” e uma máscara de gás de tipo militar. Ao mesmo tempo me notificaram uma ordem de prisão preventiva por participação a uma associação com finalidade de terrorismo e subversão a ordem democrática. Eu sou também acusado a vario título de danificação, entupimento, manifestação não autorizada, furto, instigação criminosa; a maioria dos crimes referidos é associada à solidariedade com xs suspeitxs e com xs presxs da operação “Panico”. A operação que me toca (chamada operação “Byalistock”) é o resultado duma intensa atividade de investigação iniciada em consequência duma ação assinada FAI / Célula Santiago Maldonado ocorrida em Roma o dia 7/12/2017, e também pela preocupação das autoridades repressivas por algumas ações diretas ocorridas na capital nos últimos anos (na disposição são mencionados alguns incêndios de carros do serviço car-sharing Eni Enjoy, o incêndio duma torre telefónica Vodafone, enquanto a midia fala até de feitos que remontam à há mais de 10 anos, ou seja do atentado à bomba numa delegacia dos carabineiros do 2010, a um banco do 2012, ao tribunal de Civitavecchia do 2016 e dum ocorrido em 2017 contra a sede Eni) e para o período de possível instabilidade social que vai seguir a emergência Covid-19. Nos papeis a minha disposição se fala também de relações internacionais com a Grécia (por uma viagem minha em novembro-dezembro 2018), no Chile (por uma visita duma companheira no Bencivenga Occupato em setembro 2018) e com Berlim (aparentemente só por uma ação assinada FAI ocorrida nessa cidade em outubro do mesmo ano), e também ideológicas com Alfredo Cospito, anarquista detido pelos ferimentos nas pernas (gambizzazione em italiano) e várias ações assinadas Federazione Anarchica Informale.
Conseguintemente fui preso numa seção de isolamento na prisão de Rieti para os 14 dias de quarentena, adotada como medida pela administração penitenciaria para conter a difusão do vírus Covid-19 no interior das prisões. Nós novos chegados estamos presos em celas de aproximadamente 3,5 m x 2,5 m no rés-do-chão na esquina sul-oeste da estrutura. A partir de quarta-feira 17 de junho finalmente estamos tendo 40 minutos de ar cada um. A seção está completa e conseguimos fazer parceria e ajuda-nos como possível. Eu me encontro bem, meu astral é bom e até agora nada me falta na prisão. Ouvi o saludo domingo passado e recebei muitos telegramas e cartas, todas coisas que contribuíram a dar-me força nestes dias tão largos.
Agradeço muito a todxs por este apoio. Espero de ser mudado numa outra prisão com seções de alta vigilância entre os 14 dias de quarentena. Entre 15 dias a partir de hoje, deveria ter o reexame que irá pronunciar-se sobre a aplicação das medidas de controle sobre mim e sobre xs outrxs 6 suspeitxs detenidxs. Aproveito desta oportunidade para enviar uma calorosa saudação a elxs e a vocês todxs. Meu coração fica com vós.
Prisão de Rieti       19/06/2020
Nico