Mais uma notícia triste que nos chega: acaba de nos deixar o companheiro Lucio Urtubia Jiménez !!! “O pedreiro que colocou o Citibank de joelhos” !!!

Lucio Urtubia nasceu em 18 de fevereiro de 1931, em Cascante (Espanha) foi um pedreiro e militante anarquista. Foi definido como “um Quixote que não lutou contra os moinhos de vento, mas contra verdadeiros gigantes”. Devido sua ação militante clandestina que incluiu expropriar grandes bancos e falsificar dinheiro para promover ações contra o capitalismo, ficou conhecido como uma espécie de Robin Hood anarquista.

De seu pai, que entrara na prisão como carlista e saíra comunista, que Lucio ouviu pela primeira vez a palavra que marcaria sua vida: “Se pudesse começar de novo, seria anarquista”.

Recrutado para o serviço militar, descobriu muito cedo a facilidade para contrabandear na fronteira hispano-francesa. Com outros companheiros do serviço, roubou um armazém da companhia a qual estava ligado. Ao ser descoberto, desertou e fugiu para a França em 1954, já que os delitos cometidos podiam acarretar em pena de morte.

Em Paris, começa a trabalhar de pedreiro, ofício que irá acompanhá-lo durante toda a sua vida. Também começa a se relacionar com a Juventude Libertária (Fédération Anarchiste), radicada en Paris, inicialmente para aprender o idioma, mas termina plenamente convencido pelas relações que ali manteve, que incluíam, entre outras, relações com André Breton e Albert Camus.

Pouco depois de mudar-se para Paris, lhe foi pedido para ocultar um membro da maquis antifranquista em sua casa. O refugiado acabou por ser o histórico militante anarquista Quico Sabaté, com quem dividiu a casa por vários anos até a morte deste.

Ao longo de sua vida participou em um grande número de atos contra o sistema capitalista, o que o levou a cinco ordens de busca internacional, incluindo uma da CIA (Agência Central de Inteligência); participou da preparação do seqüestro do nazista Klaus Barbie, na Bolivia; colaborou na fuga do líder dos Panteras Negras; interveio no seqüestro de Javier Rupérez e colaborou no caso de Albert Boadella; simpatizou com os Grupos Autônomos de Combate – Movimento Ibérico de Libertacão – e com os posteriores Grupos de Ação Revolucionária Internacionalista (GARI), mantendo uma relação com um dos membros de maior destaque desta, o francês Jean-Marc Rouillan.

Sempre defendeu o trabalho: “Somos pedreiros, pintores, eletricistas, nós não precisamos do Estado para nada”; “Se a greve e a marginalização criassem revolucionários, os governos já teriam acabado com a greve e a marginalização”.

Sobre a sua vida existe um documentário intitulado “Lucio” lançado em 2007.

# Lucio Urtubia: Lutando Te Recordaremos !!!

 

Texto por Marcolino Jeremias